As famílias com renda de até R$ 3 mil estão cada vez mais presentes entre os consumidores do comércio eletrônico que atingiu, no primeiro semestre deste ano, um público de 15,2 milhões de pessoas contra 11,5 milhões em igual período do ano passado. Foi o que apontou pesquisa da e-bit, empresa especializada em informações sobre o comércio eletrônico.
Os empresários que exploram esse setor faturaram R$ 4,8 bilhões, 27% acima do faturamento do período de janeiro a junho de 2008. Para esse segundo semestre, a expectativa é que o faturamento alcance R$ 10,5 bilhões.
O diretor da e-bit, Pedro Guasti, informou que o movimento do primeiro semestre surpreendeu porque a previsão era de crescer entre 20% a 25%. O setor, conforme avaliou, sentiu menos do que outros os efeitos da crise financeira internacional devido a um conjunto de fatores. Entre eles, a entrada de grandes redes varejistas que fez com que aumentasse a concorrência.
Além disso, houve uma redução de preços, principalmente, de produtos eletrônicos, com os incentivos fiscais concedidos pelo governo federal aos produtos eletrônicos por meio da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Os eletro-eletrônicos saíram da quarta e quinta colocações no ranking de produtos mais vendidos para o segundo lugar com participação de 13% no volume de pedidos. A liderança permanece com livros e assinaturas de revistas e jornais.
“O consumidor percebeu essa redução de preços e correu para o comércio eletrônico que tem uma dinâmica diferente do mercado tradicional”, apontou o executivo.
Ele observou que as empresas passaram a oferecer vantagens esticando o prazo de pagamento. Essas facilidades, somadas ao fato de um maior ingresso de brasileiros conectados à internet, segundo Guasti, tem permitido a inclusão crescente das famílias de baixa renda no comércio eletrônico.
“Essa população tem uma demanda reprimida e carece de financiamento, uma vez que ela pode parcelar a sua compra em prestações que cabem em sua carteira, ela vai comprar”, disse. (Agência Brasil)
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