Já parou para pensar em como seria sua vida sem o código de barras? É só lembrar da fila do supermercado (que já demora horrores) e fazer um pequeno exercício de imaginação: ao invés de passar o produto no leitor, o caixa iria digitar, um a um, os números de identificação. E cada fabricante teria o seu próprio padrão de numeração. Resultado: caos total.
Para o bem da humanidade, há 57 anos, dois americanos tiveram a brilhante ideia de criar um jeito de identificar os produtos por barras, cada uma delas representando um número. Depois disso, associações no mundo inteiro resolveram adotar o padrão na década de 70. O Google, hoje, homenageou a invenção.
Aqui, quem cuida da padronização e distribuição de prefixos para os fabricantes é a GS1 Brasil, há 26 anos. É por isso que ao comprar uma bolacha no supermercado ela é identificada exatamente como “bolacha” no sistema e não como um produto de limpeza.
Cada empresa recebe uma identificação específica para seus produtos, explica Flávia Ponte da Costa, assessora de soluções de negócios da GS1 Brasil. “Se a empresa tem um linha de produtos bastante extensa, ela recebe prefixos que permitem combinações de código maiores para poder identificar todos os produtos, sem que exista um mesmo código de barras em todo mundo que se repita”. Em outras palavras, a bolacha em questão pode ser exportada para o Japão que seu código identificador não irá coincidir com qualquer outro tipo de produto vendido lá. Funciona mais ou menos como um RG.
Os brasileiros utilizam, segundo Flávia, um sistema com 13 números chamado EAN-13 (EAN-Europe Article Number), principalmente para produtos destinados ao varejo. Mas há outros tipos de código de barras específicos para outros setores, como o logístico e farmacêutico. “Cada código, dependendo da utilização que terá, consegue armazenar até mesmo 100 informações diferentes sobre um mesmo produto. Uma fruta, por exemplo, pode ser identificada com nome, número do lote e validade. Já um medicamento pode ter todas essas informações, além da dosagem correta que deve ser administrada ao paciente”, afirma a executiva da GS1.
E por que passamos pelo apuro no caixa do supermercado do leitor de barras não conseguir identificar um código? “Isso acontece pois também há uma padronização no design do código de barras”, aponta Flávia. Se as barras estão muito curtas ou se o fundo é muito escuro, já é o suficiente para o leitor ficar confuso.
Com a tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification), uma etiqueta inteligente que armazena em um chip inúmeras informações que depois são lidas através de um sinal de rádio, o código de barras teria pela frente uma dura batalha para sobreviver? Nem tanto. Para a assessora de GS1 Brasil, a nova tecnologia apenas irá se somar ao código de barras. “Para itens de baixo valor, o RFID ainda representa um custo muito alto para ser implantado. Além de ser uma tecnologia que exige das empresas a revisão de seus processsos”. Ou seja, mesmo depois de 57 anos, vamos poder contar ainda por algum tempo com nosso amigo identificador.
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