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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“Limitados sim, incapacitados não!”


A frase inscrita na placa de homenagem entregue pela Associação dos Deficientes Físicos de Teresina (Adeft) aos parceiros revela a importância da conquista.


Foi inaugurada em janeiro, na capital piauiense, a Estação Digital Dirceu Arcoverde I, a primeira unidade para deficientes físicos instalada pelo programa de inclusão digital da Fundação Banco do Brasil no país.“Há sete anos lutamos pela inclusão de pessoas com deficiência.


A Estação Digital é um sonho realizado”, emociona-se o coordenador de acessibilidade da Coordenadoria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência e responsável pelo projeto, Mauro Eduardo.


O Programa de Inclusão Digital da Fundação Banco do Brasil, em parceria com instituições locais de caráter social, cria espaços comunitários, onde o acesso democrático à informática e à Internet estão aliados à formação para a cidadania e à organização coletiva para garantir a sustentabilidade do empreendimento.


A comunidade do Dirceu Arcoverde I recebeu da Fundação Banco do Brasil computadores, servidor, impressora, equipamentos – e toda a estrutura necessária para seu funcionamento. Além disso, três pessoas ganharão uma bolsa-auxílio de seis meses da Fundação BB para atuar como educadores sociais na Estação Digital. O espaço físico foi fornecido pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo. “Este é o início de uma caminhada, que é dar sustentabilidade ao projeto”, diz Mauro Eduardo.Em todo o Brasil, são 187 unidades em funcionamento e outras 58 em processo de instalação.


O Piauí conta com 12 unidades implantadas. Em 2008, a Fundação Banco do Brasil deve investir cerca de R$ 2,7 milhões no Programa de Inclusão Digital, que existe desde 2004.“Trata-se de um mecanismo de capacitação para o mundo do trabalho e, sobretudo, um espaço cultural e de acesso aos direitos básicos de todo cidadão”, diz o gerente de Educação da Fundação Banco do Brasil, Marcos Fadanelli. “Oferecemos os instrumentos para que as pessoas possam se capacitar.


Mais importante do que fornecer recursos é preparar os educadores sociais para que a própria comunidade se aproprie das tecnologias”, afirma.A Estação Digital atenderá não apenas portadores de deficiência, mas pessoas de comunidades de baixa renda do município. “Vamos capacitar deficientes físicos e iremos além: queremos integrá-los à sociedade”, diz a presidente da Adeft, Carla Cléia Alves da Silva.


Em dois dias de inscrição, mais de 500 pessoas já haviam procurado a associação para realizar o curso básico de informática, que terá início no dia 11 de fevereiro e três meses de duração.“Existe uma demanda reprimida muito grande de gente que não tem condições de pagar um curso de informática”, diz o governador do Estado, Wellington Dias. “Queremos fortalecer uma rede de amigos dessa base digital: governo, Terceiro Setor, comerciantes e até mesmo quem participar do curso e conseguir ingressar no mercado de trabalho.


A meta é garantir a auto-suficiência e a ampliação do projeto”, diz.Para Marcos Fadanelli, o projeto é uma oportunidade de aprendizado para a Fundação Banco do Brasil. “Queremos aprender com a Associação maneiras de criar facilidades para os deficientes físicos em todo o país”, diz.Além de Fadanelli, participaram da cerimônia de inauguração, o governador do Piauí, Wellington Dias, o prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, os secretários estaduais de Educação, Antônio José Medeiros, do Trabalho, Hélio Isaías, e de Assistência Social, Gilvânia Gaioso, a coordenadora estadual para Integração da Pessoa com Deficiência, Rejane Dias, os secretários municipais de Educação, Cristiane Ventura, de Assistência Social e Cidadania, Francisco Nogueira, entre outras personalidades.


A Fundação BB investiu R$ 33 mil na compra de nove computadores e um servidor, além do mobiliário. A contrapartida da associação foi a cessão do local e a aquisição de cartuchos de tinta para impressoras e material de consumo. O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, esclarece que pessoas e lugares com os maiores índices de exclusão social e digital são os alvos da entidade na estruturação das estações digitais.


O Piauí possui o segundo maior índice de discriminação digital no País, que mede a desigualdade entre ricos e pobres no acesso às tecnologias e recursos digitais, de acordo com o Mapa das Desigualdades Digitais do Brasil.


O estudo, divulgado no final do ano passado, foi realizado em parceria pelo Ministério de Educação (MEC), o Instituto Sangari e a Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). O primeiro lugar é ocupado pelo estado de Alagoas.

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