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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Internet ao alcance de todos


Em plena era digital, muitos serviços sociais, fontes de pesquisa, atendimento ao público e capacitação profissional estão disponíveis pela rede mundial de computadores. Ter acesso a essas ferramentas deixou de ser opção e passou a ser necessidade. A falta de acesso a tecnologias da informação e comunicação colabora para a marginalização de setores da sociedade.

Iniciativas do governo, fundações e organizações não governamentais (Ongs), buscam deter esse problema e dados recentes apontam para um resultado positivo. O mapa da Inclusão Digital no Brasil, divulgado este ano pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), identificou, em três mil municípios brasileiros, 144 iniciativas e projetos de inclusão digital. Ao todo, são mais de 19 mil unidades de acesso público a computadores, entre telecentros, estações digitais ou pontos de cultura. Essas iniciativas aproximam o computador da vida de estudantes, donas de casa, trabalhadores, populações tradicionais e cooperativas, que descobrem formas de economizar tempo e dinheiro, criar novas perspectivas e melhorar suas qualidades de vida.

Em um país com as dimensões do nosso, no entanto, a inclusão digital é mesmo um grande desafio. 'O Brasil ainda nem resolveu os problemas da educação, como é que pensa em sociedade da informação e do conhecimento?" questiona a coordenadora do Mapa de Inclusão Digital, Anaíza Gaspar, do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia (Ibict). A solução está nas próprias possibilidades da era digital. "Aí é que está o pulo do gato", afirma a coordenadora. Problemas, antes resolvidos com grandes investimentos, graças às novas tecnologias de informação, hoje podem ser solucionados de forma mais rápida e eficaz. "Cursos à distância, por exemplo, com baixo custo, têm capacitado muitos brasileiros", explica Anaíza.

Estações digitais

Criado em 2004, o Programa de Inclusão Digital da Fundação Banco do Brasil, em parceira com entidades locais e organizações do terceiro setor, já implantou 263 estações digitais em comunidades que não tinham acesso a tecnologias da informação. O programa disponibiliza, além da mobília básica, dez computadores e um servidor para cada estação digital. Além disso, a iniciativa capacita educadores sociais e promove a sustentabilidade das unidades implementadas. "Nossa expectativa é prover um espaço público com acesso ao mundo digital para todos os cidadãos que não tiveram esse direito concedido", afirma Marcos Fadanelli, gerente de Educação e Cultura da Fundação.

O Nordeste, com 132 estações digitais, é a região com maior número de unidades implantadas. Em seguida vem o Centro-Oeste (50), o Sudeste (46), o Norte (27) e, por último, a Região Sul (7). Do total de 263 estações digitais, 223 são direcionadas ao público geral, 28 atendem somente cooperativas e 5 delas, apenas catadores de materiais recicláveis. Outras 4 estações são de uso exclusivo de estudantes, enquanto 2 atendem populações indígenas e 1 está instalada em uma comunidade quilombola.

Pindorama

Em Coruripe, município alagoano, a estação digital da colônia agrícola Pindorama, inaugurada em maio deste ano, atende a 208 alunos de todas as idades. "A estação digital veio em boa hora, pois para participarmos da globalização temos que desenvolver o pessoal que existe aqui", conta a coordenadora da estação, Marinalva da Silva.

A unidade é um espaço aberto a todos e muitos nunca tinham tido nenhum contato com computador. Os alunos têm aulas de informática, digitação e cursos de capacitação nas horas vagas. A comunidade, sempre acompanhada por instrutores, pode acessar a internet e fazer pesquisas. Marinalva diz que para participar das aulas, os jovens devem estar matriculados na escola. "Temos contato direto com as escolas e acompanhamos o desenvolvimento dos alunos não só aqui dentro".

O educador Washington Felipe também fala sobre como é dar aulas na estação Pindorama."É muito bom poder ajudar pessoas que nunca tiveram oportunidade de acesso à informática. Alguns têm dificuldade de aprendizado, mas eu explico até ver que todos entenderam", afirma. Para ele, a experiência maior é a de aprender a lidar com a diversidade. "Sinto que há uma troca. Eu ensino, mas aprendo muito", declara.

O Comitê para Democratização da Informática avalia que 87% dos estudantes tiveram suas vidas afetadas positivamente pelos centros públicos de informática, o que significa aumento de interesse pelos estudos, emprego ou abertura de um negócio, entre outras conquistas. Ao fazer o acompanhamento das estações digitais, o gerente de Educação e Cultura da Fundação, Fadanelli, se diz realizado com o trabalho. "É um privilégio no mundo de hoje, com tanta desigualdade, fazer o bem. A gente se sente útil", conclui.

Por Claudia Moreira de Souza e Rhaina Rondon, da Fundação Banco do Brasil

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